"Imagine", John Lennon
"Imagine there's no heaven,
it's easy if you try,
no hell below us,
above us only sky.
Imagine all the people
living for today.
Imagine there's no countries,
it isn't hard to do,
nothing to kill or die for,
and no religion too.
Imagine all the people
living life in peace.
You may say I'm a dreamer,
but I'm not the only one.
I hope some day you will join us
and the world will be as one.
Imagine no possessions,
I wonder if you can,
no need for greed or hunger,
a brotherhood of men.
Imagine all the people
sharing all the world.
You may say I'm a dreamer
but I'm not the only one.
I hope someday you will join us
and the world will live as one."
John Lennon
Talvez sejam demais quaisquer palavras depois desta letra. Mas eu não posso deixar de me juntar a John Lennon no seu sonho, se bem que com um desencanto que ele não tinha. Nos loucos anos 60, na época dos hippies e do "Make love, not war", era possível sonhar com um Mundo sem posses. No nosso consumista século XXI, acho-o bastante mais difícil... Mas enfim, a esperança é a última a morrer! E, tal como ele diz, "I'm not the only one"...
22 Comentários:
Esta é uma das letras que, quando forem proferidas, deviam ser ditas com um tom de hino...Acho que não pode caír no esquecimento, mas afinal, quem não gosta desta letra??Infelizmente, ela teve que existir!
Boa escolha de letra porque se enquadra perfeitamente no estilo do blog!!
Obrigado a ambos.
Por acaso, Vítor, até existe muita gente que não gosta desta letra, que a acha a representação de algo impossível, ou até, simplesmente, que a acha uma letra retrograda e de velhos. Não é essa a minha opinião, nem a tua, ao que parece... Felizmente!
Uma vez mais obrigado, Nocturna, por me lembrares que não estou só, que existe mais quem pense como eu, que sonhar com um Mundo melhor ainda é possível, que existe ainda alguém pronto a estender a mão e a lutar. Porque, como tu dizes, mesmo que nos considerem sonhadores, vamos sempre continuar!
Li alguns textos de Neo-illuminati. Bravo pelo jovem sonho de querer iluminar o mundo. Mas para iluminar é preciso ser luminoso ou, como no caso da Lua, ser iluminado. Mas não me parece que o sejam completamente.Exemplos : !. libertas in veritas, não é latim. Em latim, diz-se LIBERTAS IN VERITATE. 2. noutro blogue, diz-se que S.I.D.A. não é uma palavra, é uma sigla ( certo! ), mas SIDA é uma palavra 3. Devia ser O SIDA, porque síndrome é masculino, o GRANDE DICIONário, 2004, P.E. não é da mesma opinião! pois dá como feminino. A melhor maneira de aprender é errar e aceitar, humildemente, a crítica. Continuem!
Agradecemos a correcção do latim, e já agora pedimos esclarecimento em relação ao famoso "in vino, veritas"...
Eu quero dizer, sobre o caso S.I.D.A. que tenho toda a liberdade para discordar do dito dicionário, ou de qualquer outro que venha dizer que S.I.D.A. é uma palavra, porque estão a cometer um erro. Só como exemplo, há um (não sei se esse) que apresenta de facto "sida" como substantivo singular feminino, e mais nenhuma palavra dentro da família. Onde está o verbo? Será "sidar"? E o adjectivo? "Sidoso/a"?
Prometeu
Bravo, Prometeu, só falta um bocadinho de humildade.1. libertas in veritate=in veritate libertas, como in vino veritas= veritas in vino. in vino está para in veritate como libertas está para veritas. Isto é, o sujeito é nominativo, o complemento com "in" vai para ablativo. 2. Quanto a SIDA, você tem toda a "liberdade de discordar" mas discordar IN VERITATE, como diz no seu lema, o única verdade está nas fontes de confiaça, e o G.D.L.P. da P. E. 2004 é o mais recente e actualizado dicionario, recomendado pelo juri do concurso do Expresso ( mais de uma dezena de professores universitários ). Em resumo : SIDA é uma palavra feminina, na origem grega é feminina e porque em Português, as palavras terminadas em a, com poucas excepções, são femininas. Não é condição para ser palavra feminina haver na família verbo ou adjectivo ( embora o povo diga sidoso ), ex. bic, caneta, comadre, disquete,pasta, cenoura etc, etc, etc! Continue!
Lamento ter que insistir, mas classificar como palavra uma sigla é um erro; a fonte certamente será de confiança noutros casos, mas a perfeição não é humana. E se são professores que dizem que "sida" existe, são também professores que dizem que "sida" não existe. Pessoalmente, faço a minha gestão pela lógica dos argumentos:
"sida" - porque se usa, porque é «mais fácil»
"S.I.D.A." - porque é uma sigla, ou seja, uma forma abreviada de representação de um termo (termo esse que se tende a esquecer quando se usa a outra forma.
Assim, tendo em conta que a lógica da primeira é o "sim porque sim", prefiro a segunda. Venham os dicionários que vierem: os eruditos não chegaram ainda a consenso, felizmente.
Mais uma vez, agradeço a explicação do latim - o nosso erro vem de fonte de informação incorrecta, já que nenhum dos participantes tem formação em latim. Quaisquer outros erros a apontar são bem-vindos.
Em relação à humildade, tenho que me lembrar de fazer um post... Qualquer coisa do género "A humildade como lógica de subjugação"... Por favor continue a comentar.
Prometeu
Caro Prometeu, julgo que não leu com atenção o que escrevi. Não classifiquei a sigla como palavra, o que disse é que existe a sigla e da sigla o utente da língua formou uma palavra. Distinga S.I.D.A. de SIDA, a 1ª é uma sigla, a 2ª é uma palavra. Sem ofensa, diria que o povo, esse ignorante sábio, dá carta a um universitário? Aliás, O Prometeu acaba de confirmar quando diz . "sida-porque se usa porque é mais fácil". Então, se se usa, é que existe, é porque é uma palavra, ou será uma abóbora? O povo, ao longo dos ános e séculos, cria as palavras, transfigura-as, fonética e morfologicamente, e os dicionaristas registam-nas. O Prometeu, às minhas fontes, o G.D.L.P. 2004 e a dezena ou mais de professores universitários, tais como Edite Estrela, João Pinto Correia, Manaca Casteleiro etc, etc ! opõe "que os eruditos não chegaram a consenso"( eruditos? quais? diga nomes, homem! )e que outros professores têm opiniões diferente( quais? Diga nomes, homem! ). O Prometeu não refere as suas fontes. A nossa cabeça, por muito que saibamos ou por muito que julgamos saber, não é fonte nenhuma! Até!
Caro Prometeu, julgo que não leu com atenção o que escrevi. Não classifiquei a sigla como palavra, o que disse é que existe a sigla e da sigla o utente da língua formou uma palavra. Distinga S.I.D.A. de SIDA, a 1ª é uma sigla, a 2ª é uma palavra. Sem ofensa, diria que o povo, esse ignorante sábio, dá carta a um universitário? Aliás, O Prometeu acaba de confirmar quando diz . "sida-porque se usa porque é mais fácil". Então, se se usa, é que existe, é porque é uma palavra, ou será uma abóbora? O povo, ao longo dos ános e séculos, cria as palavras, transfigura-as, fonética e morfologicamente, e os dicionaristas registam-nas. O Prometeu, às minhas fontes, o G.D.L.P. 2004 e a dezena ou mais de professores universitários, tais como Edite Estrela, João Pinto Correia, Manaca Casteleiro etc, etc ! opõe "que os eruditos não chegaram a consenso"( eruditos? quais? diga nomes, homem! )e que outros professores têm opiniões diferente( quais? Diga nomes, homem! ). O Prometeu não refere as suas fontes. A nossa cabeça, por muito que saibamos ou por muito que julgamos saber, não é fonte nenhuma! Até!
Saiu em duplicado a minha resposta por culpa do operador, "errare humanum est". Até.
Estando eu neste caso a referir-me a eruditos demasiado anónimos para serem (re)conhecidos, o nome é despiciendo.
Entretanto, não sendo "sida" uma abóbora, também não é uma palavra (correcta). Para evitar o uso da expressão completa, costuma dizer-se que não é uma palavra. Que a palavra não existe. É óbvio que eu posso juntar umas letrinhas e fazer uma palavra. Não é assim tão óbvio que eu tenha o direito de dizer que toda e qualquer palavra que eu invente deva ser consagrada no dicionário de Português. Se eu quiser inventar uma língua nova, é lá comigo, não posso é impingir palavras à má fila. Assim, a palavra "sida" não existe. A sua utilização significa estar a sancionar um erro cometido por razões ...supérfluas... E se vamos por esse precedente, podemos deitar as gramáticas e os prontuários de ortografia fora, por exemplo.
Prometeu
Post Scriptum - Dispenso perfeitamente a formalidade do tratamento, mas a questão fica a seu cargo.
Em relação à discussão do género da palavra SIDA (que segundo este debate não é uma palavra, mas já vamos a isso), quero efectuar aqui uma pequena “correcção”, se assim lhe quisermos chamar.
Gostaria de fazer notar que SIDA, ao contrário do que é referido, não é uma sigla, é um acrónimo.
Um acrónimo, como pode ser consultado num dicionário, é um tipo especial de sigla formada pelas letras ou sílabas iniciais de vários vocábulos, pronunciada de forma contínua, como uma palavra normal, e não soletrada – basicamente, é uma sigla que pode ser “lida” e como tal, para todos os efeitos, é uma palavra como qualquer outra.
Desta forma, Prometeu poderia ter razão em dizer que não seria correcto dizer “a SIDA” uma vez que “síndrome” é masculino, mas o artigo “a”, no acrónimo, não se refere ao síndrome mas à palavra que é “sida”, uma vez que os acrónimos são palavras, ao contrário das siglas, pelo que, como o comentador anónimo argumenta e (a meu ver) muito bem, ela deverá ser do género feminino, uma vez que acaba em A.
Sida é assim uma palavra normal, lida como uma palavra normal e com as características morfológicas de uma palavra normal. É por isso que não se soletra nem tem lá os pontinhos entre as letras.
E é por este motivo que é uma palavra e não pelo facto do povo tê-la tornado em tal.
Ainda assim, gostaria de mostrar a minha discordância sobre a opinião do Prometeu (andamos sempre às cabeçadas, mas juro que não é pessoal, discordo mesmo contigo) e dizer que neste ponto concordo com o comentador anónimo com quem teve esta discussão.
No que toca à língua, não há ninguém mais sábio que o povo, nem o doutor nem o erudito. O povo inventou a língua, é uma propriedade sua e sobre ela tem todos os direitos. Não é o povo que tem de se adaptar ao dicionário, mas o dicionário que tem de se adaptar a ele. É por esta razão, por exemplo, que os dicionários mais recentes da língua portuguesa incluem a palavra “bué” – já é tão usual que deixou de ser jargão, passou a ser uma palavra oficial (ainda que não seja propriamente uma palavra erudita).
E quando dizes que “É óbvio que eu posso juntar umas letrinhas e fazer uma palavra”, tem em consideração que estas palavras não foram inventadas por uma pessoa individual, mas sim pela pessoa colectiva que é o povo.
Um último comentário relativamente a esta tua frase:
«Em relação à humildade, tenho que me lembrar de fazer um post... Qualquer coisa do género "A humildade como lógica de subjugação"»
Como já fizeste notar Prometeu, humildade é coisa que tu não tens.
Nota-se pelos teus textos que és uma pessoa inteligente, culta e com opiniões bem vincadas, mas isso não faz de ti um supra-sumo.
A tua opinião não é mais válida do que qualquer outra, o que é algo que tu não és capaz de aceitar.
O problema inerente à humildade é que ela é uma função inversa da arrogância, não há meio termo entre as duas. Como tal, arrogância é aquilo que tu mais transpareces nos teus comentários.
E não existe arrogância mais irritante, condenável e inaceitável que a arrogância daquele que é ignorante.
Ignorantes somos todos.
Deixo-te a ti a tarefa de completar o silogismo.
Humildade não é subjugação. É ter consciência das suas limitações e da sua condição e é mais do que tudo ter respeito pelos outros. Porque se tivermos humildade, se não nos ofuscarmos com aquilo que sabemos e pensamos e ouvirmos o que os outros têm para dizer, aprenderemos sempre coisas que não sabíamos – como ainda hoje te aconteceu, quando recebeste uma lição de latim.
Acho ainda mais lamentável a arrogância quando se é tão jovem. Os velhos ainda teriam uma desculpa. Têm anos de experiência, de vivências e de aprendizagens. Sabem muito mais que a maior parte de nós, pelo que devemos respeitá-los. E respeitar não é, como sugeres, subjugar-se.
Tinha mesmo de dizer isto, porque da primeira vez que visitei este blog, gostei muito, mas houve logo uma coisa que repudiei sinceramente: a presunção dos autores ao se auto-intitularem de neo-illuminati, os novos iluminados, com a pretensão simultânea de terem a verdade nas suas mãos e de conhecerem o caminho que toda a gente procura – o caminho para a iluminação.
Sem rancores, mas na esperança que haja uma mudança nas atitudes,
Némesis
P.S. - Leiam Platão, quando ele fala de Sócrates.
A minha falta de humildade e a prontidão com que aceitei a correcção do latim confundem-me. Ou não. Porque, ao contrário do que dizes, existe um meio-termo entre a arrogância (que não é falta de humildade pura e simples) e a humildade cega. Senão, repara no seguinte.
Somos todos ignorantes. O problema é que é preciso uma grande dose de conhecimento para dizer isso. Logo, dizer que se é ignorante é o mesmo que dizer que se é tão inteligente que até se sabe que se é ignorante. Estranho, não?
Além disso, como deves saber, um argumentum ad homine não é válido numa discussão lógica.
De facto, como bem me corrigiste, S.I.D.A. também pode ser um acrónimo quando se lê SIDA, o que não quer dizer que se possa dissociar do género primitivo. É que, lembrando-me apenas de alguns exemplos de cabeça, os outros acrónimos respeitam o género. ONU, UE (que acaba com "e", como muitas palavras masculinas), etc. Além do mais, se é um acrónimo, então deve ser sempre e impreterivelmente escrito com letras maiúsculas, o que marca a diferença entre uma palavra comum e um acrónimo.
"Bué" é outra daquelas coisas que me faz ter vontade de chorar quando vejo isso num dicionário. Chamem-me retrógrado, ou o que vos aprouver. Já aceitei muitos neologismos na vida, mas há uma diferença entre aceitar neologismos e consagrar calão.
Prometeu
Salientaste com toda a razão que “um argumentum ad homine não é válido numa discussão lógica”, afirmação com a qual concordo totalmente, abominando peremptoriamente este tipo de “argumento” totalmente falacioso.
Percebe no entanto que não estava a “atacar-te” para defender qualquer posição ou opinião, o meu “ataque” foi posterior à argumentação e não esteve com ela relacionado.
Estava simplesmente a confessar algo que tenho de admitir que me desagrada neste blog, penso que existe aqui muita inteligência, muito debate de elevado interesse, mas muita presunção, o que me incomoda.
Ao reler o meu comentário admito que fui demasiado seco e agressivo, pelo que peço desculpas, mas sem retirar a minha opinião neste aspecto.
Voltando à/ao SIDA, fizeste-me rever a minha opinião, acho que realmente, e tendo em conta os exemplos que deste, devia ser masculino, sendo que a regra realmente se verifica para a maior parte dos outros acrónimos. E realmente, os acrónimos são distinguidos dos substantivos pelo facto de serem escritos em maísculas. Ainda assim discordo quando dizes que o acrónimo não se pode dissociar do género primitivo (que segundo percebi, seria a sigla?), uma vez que a meu ver o próprio acrónimo é o género primitivo, SIDA nunca foi sigla.
De qualquer forma reconheço a minha demasiada ignorância neste campo para dar opiniões, deixo essa discussão para os linguistas.
Também tenho de admitir que não gosto de ver “bué” no dicionário, mas mantenho a minha posição de que é o povo que faz o dicionário e que as palavras têm de evoluir assim como evoluem os conceitos. Assim, scanner e scannear são a meu ver estrangeirismos legítimos, coisa com que tu discordas.
Existe a palavra digitalizador em português, é verdade; mas também existe, por exemplo, a palavra “sustentáculo” e no entanto toda a gente diz soutien!
Deixei para o fim a primeira parte do teu comentário por ser a mais difícil de abordar, por ser de natureza exclusivamente pessoal.
Eu sou uma pessoa que condena a arrogância mas que infelizmente a vejo como uma característica intrínseca a todo o ser humano – também eu sou arrogante e isso é algo que me incomoda.
Quanto a haver meio termo entre humildade e arrogância, tu tens a tua opinião e eu a minha, mas não é essa a questão.
A questão é que para mim tens uma forma muito presunçosa de dizeres o que pensas, talvez até um pouco cínica e acho que isso não é correcto, ainda por cima quando ainda estás no começo da vida adulta e ainda não tens nem fizeste nada relativamente ao qual te possas sentir superior.
No entanto é verdade que sabes aceitar as correcções que te fazem e aprender com elas. Ainda bem!
Não concordo com a tua visão de que humildade é hipocrisia, quando dizes que é preciso ser-se muito inteligente para se dizer que se é ignorante.
Apesar disso, tenho de admitir, venceste-me pelo cansaço!
Ia continuar, mas deixarei esse debate para outra altura, quando escreveres esse post sobre a humildade que, aliás, terei todo o gosto em ler.
Acrescento por fim que é um privilégio ter a oportunidade de ter este tipo de confrontos de opiniões com uma pessoa da minha geração que consegue manter o pragmatismo acima de tudo na sua argumentação. Infelizmente, é difícil encontrar jovens hoje em dia que percam tempo a pensar.
E devo confessar que é realmente enriquecedor concluir que temos mentalidades tão opostas. É mesmo interessante como discordamos praticamente em todos os assuntos, nunca tinha encontrado ninguém assim, não concordo praticamente com nenhuma das tuas opiniões e o recíproco também é válido. É muito estimulante, mas por hoje já estou cansado!
Fica bem,
Némesis
P.S. – Já viste o filme “Clube de Combate” (Fight Club) de David Fincher? Não te deixes iludir pelo nome. Se não o viram, aconselho-o a todos os participantes deste blog… Sem mais comentários, pelo menos enquanto não virem o filme…
Salientaste com toda a razão que “um argumentum ad homine não é válido numa discussão lógica”, afirmação com a qual concordo totalmente, abominando peremptoriamente este tipo de “argumento” totalmente falacioso.
Percebe no entanto que não estava a “atacar-te” para defender qualquer posição ou opinião, o meu “ataque” foi posterior à argumentação e não esteve com ela relacionado.
Estava simplesmente a confessar algo que tenho de admitir que me desagrada neste blog, penso que existe aqui muita inteligência, muito debate de elevado interesse, mas muita presunção, o que me incomoda.
Ao reler o meu comentário admito que fui demasiado seco e agressivo, pelo que peço desculpas, mas sem retirar a minha opinião neste aspecto.
Voltando à/ao SIDA, fizeste-me rever a minha opinião, acho que realmente, e tendo em conta os exemplos que deste, devia ser masculino, sendo que a regra realmente se verifica para a maior parte dos outros acrónimos. E realmente, os acrónimos são distinguidos dos substantivos pelo facto de serem escritos em maísculas. Ainda assim discordo quando dizes que o acrónimo não se pode dissociar do género primitivo (que segundo percebi, seria a sigla?), uma vez que a meu ver o próprio acrónimo é o género primitivo, SIDA nunca foi sigla.
De qualquer forma reconheço a minha demasiada ignorância neste campo para dar opiniões, deixo essa discussão para os linguistas.
Também tenho de admitir que não gosto de ver “bué” no dicionário, mas mantenho a minha posição de que é o povo que faz o dicionário e que as palavras têm de evoluir assim como evoluem os conceitos. Assim, scanner e scannear são a meu ver estrangeirismos legítimos, coisa com que tu discordas.
Existe a palavra digitalizador em português, é verdade; mas também existe, por exemplo, a palavra “sustentáculo” e no entanto toda a gente diz soutien!
Deixei para o fim a primeira parte do teu comentário por ser a mais difícil de abordar, por ser de natureza exclusivamente pessoal.
Eu sou uma pessoa que condena a arrogância mas que infelizmente a vejo como uma característica intrínseca a todo o ser humano – também eu sou arrogante e isso é algo que me incomoda.
Quanto a haver meio termo entre humildade e arrogância, tu tens a tua opinião e eu a minha, mas não é essa a questão.
A questão é que para mim tens uma forma muito presunçosa de dizeres o que pensas, talvez até um pouco cínica e acho que isso não é correcto, ainda por cima quando ainda estás no começo da vida adulta e ainda não tens nem fizeste nada relativamente ao qual te possas sentir superior.
No entanto é verdade que sabes aceitar as correcções que te fazem e aprender com elas. Ainda bem!
Não concordo com a tua visão de que humildade é hipocrisia, quando dizes que é preciso ser-se muito inteligente para se dizer que se é ignorante.
Apesar disso, tenho de admitir, venceste-me pelo cansaço!
Ia continuar, mas deixarei esse debate para outra altura, quando escreveres esse post sobre a humildade que, aliás, terei todo o gosto em ler.
Acrescento por fim que é um privilégio ter a oportunidade de ter este tipo de confrontos de opiniões com uma pessoa da minha geração que consegue manter o pragmatismo acima de tudo na sua argumentação. Infelizmente, é difícil encontrar jovens hoje em dia que percam tempo a pensar.
E devo confessar que é realmente enriquecedor concluir que temos mentalidades tão opostas. É mesmo interessante como discordamos praticamente em todos os assuntos, nunca tinha encontrado ninguém assim, não concordo praticamente com nenhuma das tuas opiniões e o recíproco também é válido. É muito estimulante, mas por hoje já estou cansado!
Fica bem,
Némesis
P.S. – Já viste o filme “Clube de Combate” (Fight Club) de David Fincher? Não te deixes iludir pelo nome. Se não o viram, aconselho-o a todos os participantes deste blog… Sem mais comentários, pelo menos enquanto não virem o filme…
Olha aconteceu-me o mesmo que ao outro, comentei duas vezes, peço desculpa, ainda por cima por ser um comentário tão grande!
Némesis
Só dois ou três pontos pra terminar, porque tenho outras coisas a fazer, mais importantes que malhar em pedra dura. Pior que ignorância é a teimosia e a arrogância, a ignorância cede ao argumento válido, a teimosia exige ter sempre a última palavra que, por vício, é sempre a mesma,isto é, o teioso não cede a qualquer argumento, repete o erro, sem ter ouvido o que o outro está farto de rebater, repete os mesmos argumentos AD NAUSEAM. Com o Prometeu temos conversado, até porque, neste cado, "chuva leve em pedra dura" não fura, não, não fura. Um conselho ( será que o Prometeu, que não aceita argumentos dos especialiatas, aceita conselhos? ), não empregues o teu latim, pois já confessaste não ter formação nesta área, quando empregas sai asneira : não se diz AD HOMINE, mas AD HOMINEM ( o mesmo reparo para Némesis que, aliás, veio dar-me razão, em toda a linha, nesta troca de de palavras ). A discordância, numa questão científica ( a linguística é uma ciência ), não pode apoiar-se em opiniões ( como "tenho toda a liberdade para discordar.."), mas em argumentos científicos vãlidos. 3. Por favor, sejam sintéticos, tenho lido verdadeiros relatórios, uff!, até vou chegar tarde ao emprego. Até!
Já vi o filme. A minha posição sobre o filme em questão é dúplice. Sem dúvida que gostei do filme; ao mesmo tempo, um pouco anarquista e arregimentado demais... Preciso ainda de digerir melhor o filme, disso não tenho dúvidas.
Enforquem-me por me ter esquecido de uma letra: especialmente quando o carrasco cometeu erros de acentuação ao longo dos vários textos. Note-se ademais que estou proibido de falhar, por conseguinte de praticar e (quem sabe?) de aprender. Isto vindo de quem deseja dar lições sobre arrogância.
O que poderia ter sido um debate interessante cedo se transformou num ataque pessoal. A verdade é simples: eu mantenho as minhas opiniões até prova cabal em contrário. Segundo o anónimo que não assina os comentários, eu não tenho direito a argumentar a minha opinião, parece-me. Tenho, isso sim, que me submeter aos que fazem a Ciência. Que me pôr de joelhos e aceitar tudo.
A presunção que têm em como eu presumo tudo saber é vossa; nada tenho que ver com ela. Se talvez perdessem mais tempo a ler outros posts, veriam que o objectivo deste grupo é fomentar o debate, levantar as questões e não dar respostas fatalistas. É possível, penso eu, levar uma argumentação a bom porto sem passar por tudo isto.
Mais afirmo (do topo da minha arrogância, claro) que aprendi, no mínimo, uma valiosa lição sobre até que ponto se deve entrar num debate, e a partir de que ponto se deve parar. É claro que isto será interpretado como uma marca flagrante como eu me fecho sob a minha ignorância e me recuso a ouvir (neste caso, a ler) quaisquer argumentações válidas.
Por fim, se este comentário parece ser a minha tendência para ter sempre a última palavra, talvez isso se deva ao facto de eu ser um dos membros do blog e, portanto, ter como incumbência responder. Nem que seja para dar razão a outro (como no caso do latim).
Prometeu
E depois do ataque de impaciência queria só comentar o facto de que "scanner" é perfeitamente válido, "scanear" é que já não é um estrangeirismo, é mesmo uma derivação um pouco retorcida vinda do dito estrangeirismo.
Em relação ao "género de origem" (um pouco confuso no contexto, de facto) eu estava a referir-me ao género de "Síndroma", ou seja, masculino, já que é o que está na origem do acrónimo.
Prometeu
Não sei se era a este "anónimo" que o Prometeu se referia quando o classifica de "carrasco" (???) e de cometer erros de acentuação. Como, antes, disse que muitos professores têm opiniões diferentes, sem os nomear, agora diz que cometi erros sem os especificar. Parece-me que há três categorias de erros, os de digitação ( troca ou falta de letras ), os de pura ignorância e, finalmente, os resultantes de inqualificável teimosia, que fecha os olhos à evidência.
Volto ainda ao género de "síndrome". Ao contrário que o Prometeu diz, apoiado na sua "opinião" e não em fontes credíveis, "sindrome" é uma palavra de género feminino, de origem grega. Há, pois duas razões para considerar SIDA uma palavra de género feminino : considerada como "síndrome" ( na origem do género feminino) e atendendo à terminsção em "a" ( em Português, salvo raras ezcepções, as palavras terminadas em "a" são do género femonino).
I stand corrected. Ou, em português, de facto tem razão.
O que levanta outros problemas. Eu sempre ouvi "O síndroma de Down" por exemplo...
O facto de ter ouvido dizer não garante que seja correcto. Para mim, quando a palavra é registada no dicionário significa que foi aceite pela comunidade linguística. O facto de se ouvir uma forma diferente da dicionarizada poderá indiciar que mais cedo ou mais tarde ela será aceite como correcta. O povo tem muita força e ele dirá, daqui a anos ou séculos, qual a forma que prevaleceu.
Mas hoje, 2005, a forma corrcta é a feminina, é a única dicionarizada.
"Síndrome" foi importada directamente do grego, e na origem é feminina. "síndroma"( de DOWN ou não ) é a latinização da palavra grega. Tanto "síndrome" como "síndroma" são femininas. Veremos ( ? ) como se dirá daqui a um século, quer esperar para ver?
Só se inventarem uma forma de reverter o processo de criogenização, ou então descobrirem o elixir da longa vida. Afinal de contas, a quem não agradaria uma proposta de vida mais longa (em boas condições)? (Aos suicidas e afins, eu sei - a pergunta era de retórica.)
E não era só por questões linguísticas que cá queria estar daqui a cem anos...
Prometeu
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