Testes
Testes.
De inteligência, de personalidade.
Teorias.
As mais variadas.
Quantas injustiças já se praticaram em seu nome?
Quando surgiram os testes de inteligência, estes foram aplicados maciçamente com consequências... enfim, no mínimo curiosas. A Alemanha Nazi, por exemplo, “descobriu” que os judeus eram uma raça inferior. Os EUA, principais impulsionadores destes testes, “descobriram” que os imigrantes, bem como os afro-americanos, eram menos inteligentes, capazes de se integrar apenas em profissões manuais. Aliás, é de notar que a diferença dos valores de QI entre os americanos brancos e os afro-americanos chegava a atingir 15 pontos!
Há vários casos que ilustram bem isto... Psicólogos afro-americanos que se dedicaram a estudar estes assuntos tinham tido resultados tão baixos nos testes que a única carreira que lhes foi indicada como apropriada seria a construção civil... E o pior é que isto ainda hoje se repete! Tenho uma amiga a quem, nos testes de orientação vocacional no 9º ano, disseram que o melhor seria seguir um curso técnico-profissional, já que ela tinha resultados negativos em todas as áreas... Seria portanto uma nulidade... O curioso é que ela hoje está no 11º ano, no agrupamento considerado como “mais difícil” (científico-natural), sem chumbar e a aguentar-se bem. Felizmente, a rapariga que eu vi desfeita em lágrimas está a confirmar (uma vez mais...) que esses testes não são assim tão fiáveis...
As teorias da personalidade também são interessantes... Sempre esta mania da sociedade de nos catalogar, de nos estereotipar, de nos estandardizar, de nos etiquetar! Não vou dizer que não acho estas teorias interessantes, porque as acho. Sempre as achei, e agora que as estudo ainda as acho mais. Mas não é por isso, não é por ir pertencer ao métier, que vou deixar de condenar os exageros! É que se eu as acho simplesmente interessantes e curiosas, há quem as leve muito a sério...
Cada um de nós tem a sua personalidade, é certo. E é claro que nem todas as personalidades são iguais nem reagem da mesma forma perante diferentes situações, e nós devemos estar cientes disso nas nossas inter-relações. Mas sem exageros! Soube há pouco de dois casos passados no Japão que são, no mínimo, ridículos. Referem-se a uma teoria da personalidade relativamente recente, baseada nos grupos sanguíneos. (Já sabem, perguntem a uma pessoa o seu grupo sanguíneo e ficarão a conhecê-la!) seguindo essa teoria, foram seleccionados os candidatos a um emprego de acordo com o seu grupo sanguíneo. Não estou a brincar, não. E há mais. Em algumas escolas, existem até diferentes programas educacionais consoante o grupo sanguíneo a que as crianças pertencem! Ou seja, as crianças que tenham sangue AB aprendem de uma forma diferente das que tenham sangue O. Eu fico sem reacção quando oiço isto.
Estes testes têm, sem dúvida, utilidade. Mas devem ser encarados apenas como informativos, não como normativos. Por mais fiáveis que os resultados possam ser, não justificam nunca o tipo de discriminação que acima referi. Por favor, um pouco de bom senso!
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