sábado, abril 15, 2006

Privados de educação

Executive funds abstinence programmes in Catholic schools

By Judith Duffy, Health Correspondent


A new abstinence programme to be introduced in Catholic Schools has raised fears that the Scottish Executive is planning a two-tier sex education system.

Ministers are to fund a £170,000 project that will set itself against “artificial contraception”. The new initiative, entitled Called to Love, will instead promote marriage and the sanctity of human life.

News of the project has confirmed the anxieties of campaigners who felt that a separate sex education system was being introduced by the back door for pupils in Catholic schools.

One critic of the Executive’s approach said the new project could “harm” children by not equipping them with impartial information on sex and relationships.

The programme, which will be launched in Catholic schools in the summer, will develop materials, a website and training for staff which place the teachings of the Church “at the heart” of guidance for pupils on relationships and sex.

Catholic education leaders have told the Sunday Herald this will mean a focus on delaying sex until marriage and that condoms and other such contraceptives will not be promoted.

Parece-me que, afinal de contas, as bestas não param nem leem o blog dos Neo-Illuminati... Este tipo de atitudes é claramente prejudicial e, para além disso, tipicamente cristão/católico, com todo um falso puritanismo e pudor que não se enquadram minimamente dentro do contexto social actual. Querer fazer com que os jovenzinhos se regulem a eles mesmos, mantendo-se afastados do sexo é, por definição [freudiana] impossível, ridículo mesmo. A vontade de suprimir aquilo que não consegue controlar e que tem um elemento de potencial perda de controlo - note-se que o totalitarismo sempre tentou regular a sexualidade, seja pela via da religiosidade salazarista, pela via da selecção artificial e "técnica" da espécie ariana. Da mesma forma, e apelando a Foucault, não se trata de um mecanismo do silêncio: repare-se, o sexo não é, de forma alguma, silenciado. Muito simplesmente, é reenquadrado e rebaixado; atrevo-me a dizer "vilanizado", de forma a que, longe de serem levados pela curiosidade, os jovens possam ser afastados pela suposta certeza de uma impureza.

Deixem que vos conte que, um dia, estava a ver um a reportagem sobre um dos muitos programas de castidade e abstinência para jovens nos EUA, e tive a infelicidade de ver um spot propagandístico que era qualquer coisa deste género: um grupo de jovens partilhava uma garrafa de água, e a outro era dado a escolher entre essa garrafa ou uma ainda por abrir. É clara a analogia da partilha como "impureza" e conspurcação do corpo, o que, muito claramente para qualquer pessoa esclarecida, tem mais que ver com o tipo de ignorância selectiva que este tipo de campanhas promove do que propriamente com o tipo de vida sexual.

Como se não bastassem os maus-tratos a essa bela coisa que é o sexo, sob todas as suas formas em consciência consentidas, ainda têm que criar estas demonizações?! Esta era, que deveria ser a da libertação e emancipação sexual que começou no século passado, está muito rapidamente a transformar-se no século do conservadorismo, em que a geração que está prestes a sair de cena se vê atarefada a tentar fazer retroceder os actuais jovens ao estado intelectual em que os seus pais se encontravam - será isto inveja do conhecimento actualmente disponível ou do que eles perderam na altura? É estranho pensar como se consegue passar do libertarismo dos anos 60 e das comunidades hippies para este "engarrafamento" do sexo em padrões mais estreitos do que a inteligência do Rato Zinger [perdão, do Bento XVI].

Vejam também isto, para obterem algumas informações interessantes sobre o resultado deste tipo de campanhas nos EUA e na Inglaterra.

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